Review: The Last of Us

Mesmo com alguns meses de atraso, sinto que devo imergir no mundo das resenhas de games com um grande jogo: The Last of Us. Aqui vai (não contém spoilers, just in case):

Exclusivo de PlayStation 3, o The Last of Us é um game pós-apocalíptico lançado em 14 de junho de 2013 que retrata a vida após uma epidemia generalizada de um fungo chamado Cordyceps, que se apropria do corpo de uma pessoa e a transforma em uma espécie de zumbi. Existem alguns tipos de infectados: os runners (estágio inicial), os stalkers (intermediário), clickers (avançado) e bloaters (totalmente transformados), que têm só um objetivo no game: te perseguir raivosamente para te matar.

The Last of Us

Cuidado, Joel!

Quando peguei para jogar pela primeira vez, me lembrei instantaneamente de Eu Sou a Lenda, filme com Will Smith, mas com o Joel e com a Ellie, personagens do jogo. Os cenários são extremamente parecidos: carros abandonados, lojas destruídas, mato crescendo por todo o lado, algumas armadilhas e infectados aguardando ansiosamente pela sua distração em cantos escuros. O jogo tem mais semelhanças com o filme, mas pararei por aí para não dar spoilers.

Também lembrei de Dino Crisis, que é um jogo com dinossauros. Você tem que resolver os puzzles para sair do espaço-tempo no qual você está inserido. Durante o jogo, você ganha pontos, compra armas, recolhe itens e claro, estraçalha dinossauros com sua shotgun. Veja aí no vídeo:

Porém, The Last of Us é superior. Claro que os gráficos são melhores e a jogabilidade é infinitamente mais refinada, mas o que mais me chamou a atenção é como a história prende sua atenção. Você joga com Joel a maior parte do tempo, e sente que ele tem certas lembranças da vida antes da epidemia, mas não mostra por medo ou para não fraquejar. A história em si é bem amarrada; nenhum personagem que cruza seu caminho fica solto sem destino. Você sabe o que acontece com todos eles ao final do game.

A jogabilidade também se destaca. Confesso que sou ruim demais para mirar em adversários com o controle do videogame, mas em The Last of Us não passei nenhum sufoco, nem mesmo no modo Sobrevivente, quando o buraco é bem mais embaixo. Mas acho que o melhor mesmo é como você se sente quando está em uma área desconhecida. Com medo de algum bicho te surpreender, você anda sempre ligado e nunca dá mole correndo por aí feito um abestalhado. Em diversos momentos fiquei agachado em uma área limpa de inimigos para não correr o risco de morrer. É um estado de tensão que poucos games conseguem criar com tamanho sucesso.

Existem também alguns itens colecionáveis para serem coletados durante a jornada. Acredito que isso foi feito também para satisfazer os trophy hunters e dar a eles o gostinho da conquista, já que nenhum dos itens (tirando as cartas e bilhetes) têm alguma utilidade durante o enredo.

Uma crítica que tenho, porém, é em relação a algumas partes do jogo em que você precisa de balas para matar algum inimigo e tudo o que acha são… garrafas e tijolos para somente atordoar os adversários. Por mais que eu compreenda que é um mundo pós-apocalíptico, existem diversas possibilidades de introduzir a munição sem parecer forçado, já que você não derrota ninguém jogando garrafas.

Outra coisa que ficou um pouco a desejar na minha opinião foram as legendas em português. O áudio está excelente – a dublagem foi feita por profissionais (você escutará vozes de filmes) – mas a legenda simplesmente não acompanha o nível da dublagem. Alguns erros bobos acabam prejudicando o conteúdo em português, o que não acontece no inglês.

O modo online é bacana, porém não é o meu preferido. Nele você pode jogar como bandido ou alguém de uma colônia, mas é basicamente o mesmo espírito do online de Uncharted (que também é da Naughty Dog): matar o time adversário. Para quem gosta, é um prato cheio, porque você tem que jogar bastante para atingir alguns objetivos.

Enfim, é um bom jogo, mas não é o jogo da minha vida, como diz o respeitado amigo Jovem Nerd. Algumas falhas aqui e ali, mas nada que prejudique muito a avaliação dele: dou 10 de 10 barquinhos de papel para ele.

Confira o trailer:

E você, o que achou?

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